
“Polícia acredita em motivação passional “
William Aparecido Henrique Ferreira, de 25 anos, foi morto a tiros enquanto trabalhava em uma farmácia em Londrina, no norte do Paraná. Segundo o delegado Miguel Chibani, que conduz a investigação, ele teve um relacionamento com a esposa do homem preso suspeito de ser o atirador, e esta pode ser a motivação.
O suspeito, J.B., de 29 anos, foi preso horas depois do crime enquanto trabalhava em um mercado da cidade. Após audiência de custódia, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva.
Ele foi identificado por meio de informações que chegaram à Polícia Militar (PM-PR), imagens de câmera de segurança e dados da moto que foi vista no local.
Conforme Chibani, William e a esposa de J. se relacionaram por um curto período, há mais de um ano, enquanto ela estava separada. Depois que o casal reatou, J. enviou mensagens ameaçando William.
Ainda segundo o delegado, no início desta semana, a esposa tentou terminar o casamento com J., que não aceitou.
“A gente acredita que dada essa não aceitação do término, isso teria motivado a ele a procurar a vítima [William]”, disse o delegado em entrevista à RPC.
Vítima e suspeito não se conheciam
Mesmo com as ameaças, William e J. não se conheciam pessoalmente, de acordo com o que foi apurado pela polícia.
“A ameaça se deu já há algum tempo, pelo menos um ano. […] Eles não tiveram contato pessoal. Tanto que, pelas imagens, você percebe que o ofendido [William] conversa normalmente. Ele não se assusta, ele não recua, e tanto que vai buscar o medicamento para fazer a entrega”, detalha Chibani.
Nesta quinta-feira (27), por volta das 11h25, o atirador entrou na farmácia em que William trabalhava e pediu a ele um medicamento.
As imagens divulgadas mostram a vítima indo até as prateleiras para pegar, momento em que o homem aponta o revólver na cabeça dele e tenta disparar pela primeira vez, mas a arma falha.
A gravação mostra que William escutou o barulho e se afastou. Em seguida, foi atingido por pelo menos dois disparos e morreu ainda no local.
Assim que o crime aconteceu, a Polícia Militar (PM-PR) recebeu informações sobre a identidade do suspeito e iniciou as investigações com a Polícia Civil.
“Como não tinha ligação com tráfico, prostituição, agiotagem, que poderia ser um caso passional ligado a uma relação afetiva que a vítima pudesse ter mantido. Isso foi um dos critérios que a gente conseguiu identificar o agente do fato”, disse Chibani
A moto usada pelo atirador foi encontrada estacionada na casa em que J. mora com a esposa e dois filhos. No imóvel, também foram encontradas porções de droga.
J. foi encontrado no mercado em que trabalha e recebeu voz de prisão.
Por volta das 11h da quinta-feira, horário em que o crime aconteceu, ele havia falado ao patrão que sairia para levar os filhos ao médico. Em depoimento ao delegado, o suspeito disse que estava em casa almoçando naquele momento.
As duas versões não foram confirmadas por falta de provas.
A esposa de J. também prestou depoimento e confirmou detalhes que a investigação estava apurando, conforme o delegado.
J. nega ter assassinado William. Ele também não aceitou o pedido da polícia para fornecimento de material genético para comparar com o cabelo encontrado em um boné que o atirador deixou cair na farmácia.
O g1 tenta identificar a defesa do suspeito.
Fonte: G1