O presidente da Argentina, Javier Milei, implementou políticas ultraliberais com a intenção de revitalizar a economia nacional. Apesar de ter obtido alguns resultados positivos, estas medidas ainda não conseguiram dinamizar significativamente o setor empresarial do país.
Segundo o jornal argentino Página 12, desde que Milei entrou, 11.931 empresas fecharam. Os setores mais afetados foram: comércio de atacado e varejo; reparação de veículos; serviço de transporte e armazenamento; construção e serviços profissionais, científicos e técnicos.
“A melhoria de 941 empregadores registrada no bimestre agosto-setembro não compensa a queda de 1.687 registrada entre junho e julho”, explica o relatório publicado pelo Centro de Economia Política (Cepa) com base em indicadores da Superintendência de Riscos do Trabalho (SRT) sobre a Previdência Social.
Menos empregos
Com o fechamento das empresas vem também a queda no registro dos trabalhadores. Entre novembro de 2023 e setembro de 2024, o número de trabalhadores inscritos em unidades produtivas caiu 2,19%: uma perda de 215.981 empregos que passaram de 9.857.173 para 9.641.192.
Construção
Em termos relativos, o setor que mais perdeu foi a construção, com menos 6,5% do total de empregadores no período analisado.
Líder em demissões
Este também é o setor mais afetado pela perda de empregos: 85.233 trabalhadores ficaram sem seu posto. Isso representa 17,9% do total de demissões no período, segundo a Cepa.
Empresas com até 500 trabalhadores
A redução de empregadores concentra-se nas empresas com até 500 trabalhadores, que representam 99,5% do total de casos de fechamento. O meio ponto percentual restante é explicado por 61 empresas com mais de 500 funcionários.
Medidas de Milei
Como aponta o El País, o colapso na construção e também no consumo é explicado pela paralisação das obras públicas decretada por Milei quando assumiu a presidência e pelo ajuste fiscal que fez, obrigando as famílias a reestruturar os seus orçamentos diante do aumento das despesas.
Indústria
A indústria argentina também foi afetada em três frentes: a queda nas vendas, a abertura do mercado às importações e a valorização do peso em relação ao dólar, que reduziu sua competitividade na exportação.
Uma lei que ajude as PME
Na tentativa de incentivar a criação e manutenção de pequenas e médias empresas, os empresários insistem na necessidade de aprovar uma “Lei das PME” que promova benefícios fiscais e melhores condições para o setor, explica o portal Ámbito. Porém, até o momento, não houve manifestação do Poder Legislativo sobre o tema.