(Bloomberg) — O governo avalia novos cortes de gastos depois que o muito aguardado pacote de redução das despesas falhou em conseguir acalmar as preocupações dos investidores em relação ao compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a responsabilidade fiscal.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu na terça-feira que o governo irá continuar a trabalhar em formas adicionais de controle dos gastos, dizendo em entrevista à Globo News que sua equipe “não descansará enquanto situação fiscal não se resolver”.
A equipe econômica já trabalha em um segundo plano de redução de despesas, segundo três autoridades familiarizadas com o assunto. A equipe está ciente de que as medidas precisam ser ambiciosas o suficiente para apaziguar os receios dos investidores sobre a alta da dívida pública e dos déficits fiscais que atingiram quase 10% do PIB, disseram as autoridades, que pediram anonimato ao discutir assuntos internos.
A equipe considera que o ideal seria tentar resolver o assunto no primeiro semestre de 2025, disseram as autoridades, em um esforço para aliviar as pressões que levaram à alta do dólar e a uma nova rodada de aumentos nas taxas de juros a níveis que o Ministério da Fazenda considera insustentáveis.
Os membros da equipe econômica admitem que o seu principal desafio ainda é convencer Lula e o Partido dos Trabalhadores de que são necessárias mais medidas, disseram as pessoas. Mas acrescentaram que o presidente está ciente do fato de que o governo precisa agir para reforçar a confiança dos investidores depois que o real caiu 21% ante o dólar, tendo o pior desempenho entre as principais moedas no ano passado.
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