Nefo foi atacado e morto a facadas no banheiro do presídio, enquanto Rê foi morto no pátio da unidade
A Polícia Civil diz ter identificado os três presos suspeitos de terem assassinado Janeferson Aparecido Mariano Gomes, de 48 anos, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, também de 48 anos, o Rê, que eram acusados de planejar os sequestros do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, de Presidente Prudente (SP). A morte dos detentos ocorreu na tarde de segunda-feira (17) na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP).
De acordo com o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), Nefo e Rê foram mortos a mando do PCC (Primeiro Comando da Capital). Nefo foi atacado e morto a facadas no banheiro do presídio, enquanto Rê foi morto no pátio da unidade.
Quem matou a dupla se apresentou à polícia. Foram eles: Luís Fernando Baron Versalli, Ronaldo Arquimedes Marinho e Jaime Paulino de Oliveira. O trio não explicou a motivação do crime, somente disseram que era “acerto de contas”.
Quem eram os assassinos?
Versalli foi condenado a 69 anos e seis meses por latrocínio e homicídios. Em 2003, ele recebeu uma pena de 16 anos por matar um preso na Penitenciária de Iaras. Marinho cumpre 39 anos e 11 meses por homicídios, roubos e furtos. Em 2020, recebeu presentes de André do Rap ao deixar a prisão por habeas corpus. Oliveira foi condenado a 36 anos e quatro meses por homicídios em Araraquara e Campinas.
Os três foram isolados em pavilhão disciplinar após suspeitas de terem cometido um duplo homicídio por ordens do PCC.
Moro como alvo
Segundo o UOL, Nefo e Rê foram mortos porque teriam falado demais. Eles foram presos em março do ano passado pela PF durante a Operação Sequaz, deflagrada para desarticular a célula terrorista do PCC. Outras sete pessoas acusadas de pertencer ao grupo também foram detidas.
Após a divulgação da ação policial, o senador Sergio Moro (União Brasil) afirmou, por meio de sua assessoria, que era um dos alvos dos criminosos.
“Sobre os planos de retaliação contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e trabalho realizado”, escreveu Moro.
Além do parlamentar, o promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya, também estava entre os alvos da facção. Ambos atuaram nas transferências de chefes de facções, como Marcos Camacho (o Marcola), para presídios federais. No entanto, ainda não se sabe publicamente quais outras autoridades eram alvos.