Autor do texto diz que não há necessidade imediata de pautar a proposta
A bancada evangélica deve adiar votação da PL do aborto após a repercussão negativa sobre o tema. Segundo o autor do texto, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a análise no plenário pode acontecer no fim do ano, após as eleições municipais.
A base do governo, que ficou em silêncio durante a aprovação da urgência na Câmara dos Deputados na semana passa, diz que vai trabalhar para barrar o avanço da iniciativa no Congresso.
Segundo Sóstenes, apesar da urgência aprovada para votação, não há necessidade imediata de pautar a proposta. O deputado explica que o projeto foi uma promessa feita por Lira aos evangélicos durante sua campanha para reeleição como presidente da Casa em 2023, e que ele tem até o final do ano, quando termina seu mandato, para cumpri-la.
“Não estou com pressa nenhuma. Votei a urgência e agora temos o ano todo para votar isso. O Lira tem compromisso conosco e ele pode cumprir até o último dia do mandato dele”, afirmou o parlamentar.
O autor do PL do aborto minimiza os protestos contra seu texto e lamenta que o governo tenha decidido intervir para bloqueá-lo depois de inicialmente se abster. Ele afirma que sua estratégia para fazer o texto progredir será de “esperar e ver”.
“O governo está dando corda para as feministas nesse assunto, elas estão desesperadas. Eu estou muito calmo, deixa elas sapatearem. Eu já ganhei, votamos a urgência, sem nominal, ninguém chiou, tudo caladinho, tudo dominado, dominamos 513 parlamentares. Eu sei jogar parado, eu jogo parado”, disse Sóstenes.
A proposta do parlamentar sugere alterações no Código Penal, estabelecendo que o aborto realizado em fetos com mais de 22 semanas seja considerado homicídio simples, com uma pena de 6 a 20 anos para o caso da interrupção provocada.
Por: ig.com.br