Ex-presidente foi orientado a se colocar como um perseguido político
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) tem sido aconselhado por sua equipe jurídica a adotar uma postura pública enfática em relação à sua posição contrária à vacinação e à sua defesa diante do processo judicial em curso.
Segundo informações da coluna Panorama, do Portal iG – Último Segundo, Bolsonaro foi instruído a afirmar que sempre defendeu o direito de cada indivíduo escolher se deve ou não se vacinar, acrescentando que optou por não tomar a vacina.
Além disso, os advogados do ex-presidente recomendaram que ele utilize a tese de que estava exercendo o cargo de presidente quando viajou aos Estados Unidos, argumentando que não era necessário apresentar nenhum certificado de vacinação para a viagem.
Outra orientação recebida por Bolsonaro é a de afirmar que seus advogados não tiveram acesso adequado ao processo em questão, impossibilitando um aprofundamento no tema. Nesse sentido, Bolsonaro foi aconselhado a acusar o Supremo Tribunal Federal e a Polícia Federal de perseguição política contra ele, alimentando a narrativa de que estaria sendo alvo de uma injustiça judicial.
A estratégia de defesa também inclui a acusação de que o atual governo federal pratica perseguição política contra seus opositores, apesar disso, Bolsonaro expressou confiança em conseguir apoio e conquistar um grande número de prefeitos e vereadores em diversas cidades do país. O objetivo por trás desse discurso é manter a base fiel do bolsonarismo mobilizada e engajada.
Além disso, aliados políticos do ex-presidente começarão a pressionar publicamente por apoio, exigindo que aqueles que desejam o respaldo de Bolsonaro se posicionem de forma clara em sua defesa.
A maior pressão será direcionada a Ricardo Nunes (MDB-SP), prefeito de São Paulo, que é acusado por bolsonaristas mais radicais de não defender com vigor as pautas do bolsonarismo.
O caso
Segundo os investigadores, um grupo de pessoas ligadas a Bolsonaro incluiu informações falsas em um sistema do Ministério da Saúde para beneficiar o ex-presidente, parentes e seus auxiliares.