Advogados do ex-presidente buscam inclusão de novos documentos em investigação sobre suposto golpe de Estado
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou nesta terça-feira (5) ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes acesso aos depoimentos dos ex-comandantes do Exército Marco Antônio Freire Gomes e da Aeronáutica Carlos Baptista Júnior. Esses depoimentos estão relacionados à investigação sobre um suposto golpe de Estado que impediria a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência da República.
Os advogados de Bolsonaro requereram uma “atualização dos autos com a juntada dos termos de declarações relativos às últimas oitivas realizadas”. Isso ocorre após o ex-presidente ter tido acesso ao inquérito em 19 de fevereiro, e agora buscam a inclusão dos novos documentos na investigação.
O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, prestou depoimento à Polícia Federal na última sexta-feira (1º), enquanto o ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro-do-ar Carlos Baptista Júnior, depôs em 23 de fevereiro. Segundo a Polícia Federal, ambos tinham conhecimento do suposto plano arquitetado pelos aliados do ex-presidente e não agiram para impedir.
Um trecho do relatório da investigação, obtido pelo R7 , cita que, “considerando a posição de agentes garantidores, é necessário avançar na investigação, para apurar uma possível conduta comissiva por omissão, pelo fato de terem tomado ciência dos atos que estavam sendo praticados para subverter o regime democrático e, mesmo assim, na condição de comandantes do Exército e da Aeronáutica, quedaram-se inertes”.
A Polícia Federal indicou que a investigação sobre a tentativa de golpe está relacionada com a atuação de uma suposta organização criminosa com cinco eixos de atuação e seis núcleos. Esses eixos incluem ataques virtuais a opositores, às instituições, ao sistema eletrônico de votação e à higidez do processo eleitoral, tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, ataques às vacinas contra a Covid-19 e às medidas sanitárias na pandemia, além do uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens.
Por: ig.com.br