Lula apresentou uma série de problemas envolvendo a empresa e afirmou que a mineradora não pode ter o “monopólio” do setor
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a Vale precisa “prestar contas ao Brasil”. Para o presidente, a empresa não pode agir como “dona” do Brasil. Lula fez as declarações durante o programa “É Notícia”, da RedeTV, que foi ao ar nesta terça-feira (28).
“A Vale não pode pensar que ela é dona do Brasil, que ela pode mais do que o Brasil. As empresas brasileiras precisam estar de acordo com o entendimento de desenvolvimento do governo brasileiro”, defendeu.
Lula apresentou uma série de problemas envolvendo a empresa e afirmou que a mineradora não pode ter o “monopólio” do setor.
“A Vale está tendo problemas no Pará, em Minas Gerais, não pagou o que gerou em Brumadinho. Eles ficam fazendo propaganda como se fosse a empresa mais importante do Brasil, mas é só perguntar para os mineiros”, afirmou Lula.
“O que queremos é uma nova política mineral, queremos dar força para todas empresas que estão querendo cuidar de minerais críticos. A Vale não pode ter o monopólio. A Vale é que precisa prestar contas ao Brasil”, finalizou.
Histórico
Já em janeiro deste ano, Lula utilizou suas redes sociais para criticar a atuação da empresa Vale na reparação dos danos causados pela tragédia de Brumadinho, em 2019.
“Hoje faz 5 anos do crime que deixou Brumadinho debaixo de lama, tirando vidas e destruindo o meio ambiente. 5 anos e a Vale nada fez para reparar a destruição causada. É necessário o amparo às famílias das vítimas, recuperação ambiental e, principalmente, fiscalização e prevenção em projetos de mineração, para não termos novas tragédias como Brumadinho e Mariana”, escreveu Lula em sua postagem na época.
Brumadinho
Em 25 de janeiro de 2019, a Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho , Minas Gerais, foi palco de um dos maiores desastres ambientais e humanos da história do Brasil. O rompimento da barragem da Vale S.A. teve consequências devastadoras que persistem cinco anos depois.
O evento resultou em 270 vidas perdidas, incluindo duas gestantes, e gerou uma contaminação ambiental ao longo de 300 km do Rio Paraopeba, causando um impacto sem precedentes. Comunidades foram destruídas, deixando um legado de dor e impacto socioeconômico. Até o momento, não houve condenações pelos fatos ocorridos.