Lula pretende vetar o projeto das saidinhas
As eleições municipais de 2024 estão em andamento, e os bolsonaristas também estão elaborando um plano para derrotar a máquina pública de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e eleger mais prefeitos alinhados a Jair Bolsonaro (PL) do que ao atual presidente. A estratégia consiste em usar o veto que o governo federal pretende aplicar à lei que proíbe as “saidinhas”.
Recentemente, foi noticiado que Lula já manifestou a intenção de vetar a lei. O governo não tem a intenção de sancionar a proposta que prevê a proibição das “saidinhas” dos presos.
O Projeto de Lei está avançado no Congresso Nacional, e a tendência é que seja aprovado sem dificuldades. O veto é um consenso entre o presidente e o atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ambos acreditando que o mecanismo é benéfico para a reinserção do preso na sociedade.
Dada a sensibilidade do tema, os bolsonaristas comemoram a intenção de Lula. Embora todos os congressistas de oposição e aqueles alinhados a Jair Bolsonaro tenham abraçado a causa do Projeto de Lei, enxergam no veto uma oportunidade de barganha política.
Pesquisas internas indicam que o fator Lula pode influenciar nas eleições municipais, e o centro-esquerda está em crescimento, sendo algo que a oposição deseja evitar.
O partido PL busca eleger mil prefeitos, enquanto a extrema-direita trabalha para ter a maioria dos prefeitos eleitos nos municípios brasileiros e também comandar as câmaras municipais.
Todas as pesquisas, no entanto, indicam que a tarefa não será fácil, visto que apoiadores de Lula estão crescendo em várias regiões do Brasil em suas pré-candidaturas.
A tendência é que o PT e outros partidos aliados, como PSB, Rede e outras siglas mais alinhadas ao Centro, cresçam no período eleitoral, principalmente no Nordeste e em outras regiões específicas. No entanto, a extrema-direita busca impedir o crescimento da esquerda em regiões estratégicas, especialmente no Sudeste e no Centro-Oeste.
A pauta de segurança pública é considerada relevante para parte dos eleitores, sendo o tema de maior preocupação dos brasileiros, que apoiam o fim das “saidinhas” por sentirem uma sensação de impunidade. Este é o ponto que os bolsonaristas pretendem atacar durante o período eleitoral, caso o veto de Lula se confirme.
A classe política busca vender a ideia de que aliados do presidente apoiam criminosos e não podem ocupar cargos de prefeitos e vereadores. Mesmo com esse risco, internamente no Planalto, não existe clima para que a lei seja sancionada, e Lula está decidido a barrar.