Após reunião com presidente do Paraguai, petista apontou “divergências” em relação à tarifa cobrada pela energia produzida pela usina hidrelétrica Itaipu
Nesta segunda-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o presidente do Paraguai, Santiago Peña, para reunião no Palácio Itamaraty em Brasília. O objetivo do encontro era discutir a tarifa ser paga pelo Brasil pela energia gerada pela usina binacional de Itaipu, além da análise de outros projetos de infraestrutura na América do Sul.
Em outubro, o Brasil propôs pagar US$ 16,70 por quilowatt, e o governo paraguaio pediu US$ 20,70 por quilowatt. As divergências sobre o preço das tarifas levaram as autoridades paraguaias a bloquearem o orçamento da usina de Itaipu, o que afetou o pagamento dos funcionários.
Após o encontro, o mandatário brasileiro falou com a imprensa e apontou “divergências” em relação à tarifa cobrada. Ele ainda afirmou que pretende construir uma relação harmoniosa para chegar a um consenso em relação à hidrelétrica.
“Eu disse ao companheiro Peña que vamos rediscutir a questão das tarifas na Itaipu. Nós temos divergências, mas estamos dispostos a encontrar uma solução conjuntamente e, nos próximos dias, vamos voltar a fazer uma reunião”, garantiu o petista. “Eu disse ao Santiago que não é ele quem tem que vir ao Brasil. Agora é o Brasil que tem que ir à Assunção para que a gente possa continuar as tratativas para encontrar uma solução definitiva”, completou.
Do outro lado, o presidente paraguaio destacou que trabalhar com o Brasil é uma prioridade. “Temos que olhar para o futuro, e sou muito ambicioso do que podemos atingir. A reunião de hoje foi muito importante. Transmitimos a visão do Paraguai, escutamos a posição do Brasil, que tem muito a contribuir nesse processo”, afirmou Peña.
A usina hidrelétrica de Itaipu fechou o ano de 2023 com uma produção de 83,8 milhões de MWh, 20% a mais que o ano anterior (69,8 milhões de MWh), e a melhor marca dos últimos cinco anos. No período, foi responsável por aproximadamente 88% do atendimento do mercado paraguaio de eletricidade e por 10% do brasileiro.