A comissão de deputados começará a analisar o decreto nesta terça-feira (9)
O presidente da Argentina, Javier Milei, comentou em entrevista no último domingo (07) sobre a possibilidade de negociar com o Congresso o ‘decretaço’ , que foi anunciado em dezembro do ano passado. À Radio Mitre, Milei disse que não negociará e chamou de “idiotas úteis” os parlamentares que querem fragmentar o texto para ser discutido pelo Legislativo.
O Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) possui medidas que muda ou revoga mais de 300 leis argentinas, focados, principalmente, nos setores econômicos do país.
Segundo o presidente argentino, mesmo que o governo não esteja aberto a negociação, ele aceitará “sugestões para melhorar” o texto.
O decreto deverá começar a ser analisado nesta terça-feira (09) por uma comissão de deputados. O texto já está em vigor por se tratar de um DNU — uma espécie de medida provisória —, mas poderá ser derrubado caso o Congresso e o Senado rejeitem.
As forças políticas mais tradicionais do país questionam a medida, afirmando que ela poderá “avassalar a institucionalidade democrática”.
Segundo a vice-presidente do Senado, Carolina Losada, em entrevista a uma rádio local, o bloco em que faz parte está disposto a apoiar as reformas do decreto. Entretanto, ela ressalta que há a necessidade de revisar e discutir alguns pontos, o que é dificultado pela falta de diálogo com o governo de Milei. Losada integra a UCR e a aliança macrista Juntos pela Mudança.
O presidente argentino acusou os parlamentares de quererem suborno para a negociação das leis do decreto e do megaprojeto enviado ao Congresso. “Para outros governos que se dedicaram a nos tirar liberdade e colocar a mão no nosso bolso, não houve resistência alguma da casta política. Agora, nesse caso, em que estamos propondo uma estrutura pró-mercado, terminando com muitos vícios da política, se queixam […] E há outros, os idiotas úteis, que colocam o foco na forma, quando é parte da dinâmica”, disse Milei.
O mandatário argentino explicou que as medidas exigem “uma rápida resposta de investimento para que o dano em termos de atividade, emprego, pobres e indigentes seja o menor possível”.
O ministro do Interior da Argentina, Guillermo Francos, também cedeu uma entrevista à mesma rádio. Ele pediu ao Legislativo que não demore para a votação do megaprojeto de lei.
“Não temos tempo. Se demorar um ano inteiro para discutir uma lei, não entra mais nem um peso na Argentina, ninguém vai investir no país. E temos tanta necessidade de investimento e tanta necessidade de entrada de divisas no país, porque senão tudo para”, disse o ministro.
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