O Melhor Caminho foi renovado por sugestão do secretário Arnaldo Jardim e ganhou o nome Pontos Críticos porque, neste novo momento do projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp), órgão da Secretaria, em vez de readequar vários quilômetros de extensão da estrada, os técnicos identificarão qual é o ponto crítico daquele trecho. No município de Ipaussu, a obra em 5,40 quilômetros da IPC 147 refletirá no melhor tráfego em 7,72 quilômetros.
Geraldo Alckmin, que destacou que o agronegócio é um setor essencial, que vem “salvando a lavoura” e ajudando o Brasil a equilibrar suas contas e, por isso, merece ser ajudado, com ações que benefiam os produtores, lembrou que o conceito de atendimento de Pontos Críticos foi proposto pelo secretário Arnaldo Jardim, que, “como bom engenheiro formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP)”, descobriu uma oportunidade de atender às necessidades de mais produtores rurais em mais cidades do Estado de São Paulo. O objetivo é ganhar tempo e poupar recursos já que com menos tempo de operação das máquinas é possível obter o mesmo resultado de antes, garantindo não apenas a recuperação da estrada, mas também a conservação de solo e água.
Demonstrando todo seu entusiasmo com o projeto, Geraldo Alckmin se declarou feliz com a assinatura dos convênios e destacou que o recurso para a realização das obras encontra-se empenhado, o que significa que o montante já está liberado. “Não é um protocolo de intenções, mas convênios firmados. Trata-se de uma parceria federativa, sinergia, onde um ajuda o outro e todos atuam para melhorar as condições de vida da população”, concluiu o governador.
O presidente da Codasp, Toshio Misato, lembrou que a decisão de investir, em momentos de retração econômica, demonstra a capacidade do governante. No caso de São Paulo, ao reinventar o conhecimento de readequação de estradas rurais foi possível otimizar o trabalho e reduzir os investimentos necessários, o que permite atender um número maior de municípios. Mas, é importante destacar também, que, além de promover o escoamento da safra e garantir a mobilidade dos moradores da região, o programa permite a conservação do solo, uma vez que retém toneladas de terra, evitando o assoreamento ao mesmo tempo que estimula a infiltração do solo e a alimentação dos cursos d’água.
Quando a empresa foi criada, há 87 anos, comenta Toshio Misato, desenvolvimento era sinônimo de desmatamento. Hoje temos nova consciência e sabemos que não é possível crescer sem proteger e respeitar o meio ambiente. Sendo assim, “a Codasp está se transformando em uma empresa plantadora de mudas. Com o projeto Nascentes, estamos nos credenciando para oferecer, às empresas que precisam fazer compensação ambiental, serviços nos moldes do que está sendo desenvolvido na região do Córrego Borda da Mata, manancial da cidade de Holambra, onde estamos realizando o diagnóstico das nascentes e estudos de adequação do saneamento básico na zona rural. Nossa nova missão é o desenvolvimento agrícola com sustentabilidade”, concluiu presidente da Codasp.
Arnaldo Jardim destacou que o trabalho em prol do produtor tem sido a linha determinante da Secretaria, como no Programa Melhor caminho. “O produtor tem recebido incentivo do por meio do Projeto Microbacias II – Desenvolvimento Rural Sustentável Acesso ao Mercado, financiamentos do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), amparo dos extensionistas da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) e técnicos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e apoio dos institutos de pesquisa. Tudo isso tem ajudado a aumentar a produtividade” sintetizou.
O deputado estadual Edson Giriboni, falando em dos deputados presentes, destacou que tudo que se faz em São Paulo reflete no restante do país, por isso “é importante ter um governante que se paute na ética e no respeito às instituições e busque avançar sempre”, ressaltou. De acordo com o deputado, o Melhor Caminho é um dos melhores programas do estado porque alia benefício social e ambiental e deve servir de exemplo para os demais estados da federação.
José Eduardo Amantini, de Itapuí, falando em nome dos demais prefeitos, lembrou a importância do programa para quem trabalha no campo, uma vez que os municípios que não dispõem de maquinário nem de pessoal com conhecimento para realizar esse tipo de trabalho. “A Secretaria da Educação doou ônibus escolares para diversos municípios, mas de nada adianta se os mesmos não podem circular pelos bairros e buscar os alunos”, lembrou o prefeito. Segundo ele, quando os recursos são escassos o dinheiro precisa ser aplicado com inteligência.
Antônio Osmar Santini, produtor de frutas do município de Valparaiso, lembrou que, com a realização das obras, a região se credencia para receber novos investimentos, o que teria o potencial de gerar, segundo ele, um círculo virtuoso. Alguns produtos são mais perecíveis e precisam que o caminhão passe na hora certa. Com as estradas em péssimas condições, os veículos ficavam dois ou três dias sem poder circular, o que provocava prejuízo, afirma Jorge Luiz Salesse, produtor de leite do mesmo município, que terá um trecho recuperado de 5,5 quilômetros, perfazendo 16,5 de extensão beneficiada.
Para assegurar a manutenção das obras garantindo os instrumentos de preservação de solo e água, a Codasp vai multiplicar seu conhecimento em readequação de estradas vicinais, ensinando aos técnicos dos municípios como realizar de forma correta as futuras obras que eles necessitarem nessas estradas. Assim, os operadores de máquinas das prefeituras deixarão poderão realizar trabalhos voltados principalmente com a preocupação de manter o bom escoamento da água da chuva e manter apropriadas as condições do solo.
Os municípios beneficiados com a assinatura dos convênios são: Américo de Campos, Avaré, Bady Bassit, Barrinha, Boituva, Caconde, Cardoso, Espírito Santo do Pinhal, Franca, Holambra, Ibirarema, Indiaporã, Ipaussu, Itaporanga, Itapuí, Ituverava, Jaci, Jales, Jardinópolis, Lutécia, Monte Castelo, Nova Aliança, Nova Europa, Oriente, Ourinhos, Palmital, Paraibuna, Paranapanema, Pederneiras, Piratininga, Pongaí, Pontes Gestal, Potim, Salto Grande, Santópolis do Aguapei, São Miguel Arcanjo, Taquaritinga, Tejupá, Torre de Pedra, Trabiju, Uchoa, Urupês e Valparaíso.
O evento contou com a participação do secretário de Planejamento e Gestão, Marcos Monteiro; dos deputados estaduais Itamar Borges, Edson Giriboni, Analice Fernandes e Ricardo Madalena, do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio Meirelles do presidente da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp), Toshio Misato.
Entre os mais de duzentos convidados que lotaram o auditório do segundo andar, destacaram-se as presenças do secretário-adjunto de Agricultura e Abastecimento, Rubens Rizek Jr.; dos coordenadores Orlando de Melo Castro, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta); Michel Reche Beraldo, da Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro); José Carlos Rossetti, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati); e Fernando Gomes Buchala, da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e Fernando Aluízio Pontes Penteado, secretário executivo do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), além de vereadores municipais e funcionários da Secretaria de Agricultura e Codasp.
Potencial
O governador destacou que o país tem a agricultura mais eficiente dos trópicos e consegue compensar o custo Brasil. São Paulo é o maior produtor brasileiro e mundial de cana de açúcar, frutas e borracha natural, entre outros produtos. “Não temos como aumentar a produção horizontalmente, mas vamos ampliar verticalmente, aumentando a produtividade”, enfatizou Geraldo Alckmin e comentou o sucesso do Boi 7.7.7, uma tecnologia desenvolvida pelo Polo Regional Apta – Alta Mogiana, localizado no município de Colina, para a produção de gado de corte, que tem como resultado um animal com sete arrobas na desmama, sete na recria e outras sete na engorda, totalizando 21 arrobas no momento do abate, é obtido em dois anos no máximo. No sistema tradicional de produção são necessários, no mínimo, três anos para o animal atingir 18 arrobas. Além da produção precoce de uma carne mais saborosa e macia, a tecnologia pode aumentar em até 30% os lucros dos pecuaristas.
Investir em pesquisa e fazer com que os resultados cheguem aos pequenos e médios agricultores paulistas é uma das diretrizes do governador para a Secretaria de Agricultura, afirmou o secretário, Arnaldo Jardim. “Mas não adianta colocar os avanços tecnológicos ao alcance dos produtores”, afirmou Geraldo Alckmin. “É preciso cuidar da infraestrutura e logística. Nesse sentido, o trabalho executado pela Codasp, através do programa Melhor Caminho é fundamental para garantir o escoamento da produção agrícola e a mobilidade”, complementou.
Arnaldo Jardim, que está à frente da Pasta há pouco mais de nove meses, aproveitou o momento para fazer uma reflexão sobre sua gestão. O secretário lembrou que uma das premissas que o governador Geraldo Alckmin colocou ao convidá-lo para assumir a Secretaria foi superar a dicotomia Agricultura e Meio Ambiente, determinando que as duas áreas deveriam caminhar juntas. Nesse sentido, foram intensificados os esforços para a regulamentação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que já atingiu 195.551 propriedades rurais, correspondendo a 11.488.223 hectares, realizados estudos para a regulamentação do Programa de Regularização Ambiental (PRA), tudo para colocar São Paulo na vanguarda do desenvolvimento com sustentabilidade. O Programa Nascentes, desenvolvido no município de Holambra é um bom exemplo dessa preocupação. O projeto prevê a recuperação de nascentes e estradas rurais e está sendo executado pela Codasp.
Com relação à crise hídrica, São Paulo não ficou à deriva. Seguindo orientação do governador, Arnaldo Jardim encomendou ao Instituto Agronômico (IAC) o desenvolvimento de novos cultivares que necessitem de menor volume de água. Já estão disponíveis sementes de feijão, cana de açúcar e citros de mesa. Outras medidas importantes foram a disponibilização de uma linha de financiamento por meio do Feap, para que os produtores possam substituir equipamentos de irrigação antigos por outros mais eficientes e a campanha realizada em parceria com a Associação Brasileira da Industria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) para orientar os produtores quanto a boas práticas para irrigação.
Sobre a pesquisa, o secretário também destacou o sucesso do Boi 7.7.7 e comentou o leilão que o Instituto de Zootecnia (IZ) realizou na semana anterior, em Sertãozinho, onde foram comercializados 119 animais geneticamente melhorados, conhecidos como Linhagem IZ e, em um momento de forte retração econômica, foram realizados negócios da ordem de R$ 707 mil, o que corresponde a uma valorização de 44% em relação à edição anterior. Arnaldo Jardim também lembrou o trabalho realizado pelo Instituto Biológico para combater a ação do ácaro rajado, uma praga que atinge as plantações de frutas e hortaliças e provoca prejuízos da ordem de R$ 4 bilhões, o que corresponde a 20 a 30% de perda da produção. Os pesquisadores desenvolveram um predador e conseguiram controlar a praga através do controle biológico. Também mereceram destaque o trabalho desenvolvido do laboratório do IB de Descalvado onde são produzidos antígenos para o combate de doenças importantes como a aftosa e brucelose e vacina para influenza aviária.
O programa Citricultura Nota 10, lançado em julho deste ano pelo Centro de Citricultura IAC, para incentivar a produção de citros de mesa, disponibiliza cerca de 60 variedades e porta-enxertos para serem cultivados pelos citricultores paulistas. Em 2014, segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA), a produção de laranja de mesa foi de 2.194 mil toneladas, o que corresponde a pouco menos de 23% da produção de laranja para indústria. A renda gerada pelo produto foi de R$ 723,3 milhões. Nos mesmos moldes, o Centro de Cana do IAC desenvolveu o sistema de Mudas Pré Brotadas (MPB), uma tecnologia de multiplicação que contribui para a produção rápida de mudas, associando elevado padrão de fitossanidade, vigor e uniformidade de plantio. A regulamentação dos parques aquícolas, fruto do trabalho de cooperação entre a Secretaria de Agricultura, por meio do Instituto de Pesca (IP) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com o objetivo de fomentar a indústria pesqueira no Estado também foi mencionada pelo secretário; assim como o livro sobre Suínos, editado pelo Instituto de Tecnologia dos Alimentos (Ital) e as pesquisas sobre conjuntura elaboradas pelo IEA.
Destacando que a pesquisa científica realizada pelos institutos é orientada pela demanda gerada no campo, Arnaldo Jardim afirmou que existem atualmente 30 câmaras setoriais atuando no âmbito da Secretaria de Agricultura. Paralelamente a esse trabalho, foram instaladas 19 comissões técnicas, que são grupos de especialistas da Secretaria criados para discutir com conhecimento específico as questões e demandas que chegam à Pasta, entre elas destacam-se Agricultura Ecológica e Periurbana; Aquicultura; Avicultura; Bovinocultura; Cafeicultura; Cereais; Citricultura; Conservação de Solo e Água e Agricultura e Baixa Emissão de Carbono. São Paulo pode não ser mais o maior produtor do país em alguns produtos, mas, por orientação do governador Geraldo Alckmin, será sempre o maior polo gerador de conhecimento do setor agropecuário.
O Projeto Microbacias II – Desenvolvimento Rural Sustentável Acesso ao Mercado, executado pela da Secretaria de Agricultura, por meio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), não poderia ser esquecido. De acordo com o secretário, a procura por novos contratos quase triplicou em sua sexta chamada. Nas edições anteriores foram recebidas 220 propostas, em 2015, após orientação do governador Geraldo Alckmin, foram apresentadas 167 novas propostas. “É São Paulo fazendo a diferença, agregando valor e dando prioridade ao atendimento do pequeno e médio produtor”, afirmou Arnaldo Jardim.
Confira fotos do evento no link https://www.flickr.com/photos/agriculturasp/albums/72157658637696706
Por Nara Guimarães e Hélio Filho
Fotos: João Luiz e Hélio Filho
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